Não bastasse a insegurança jurídica, um descompasso entre investimentos privados
e obras públicas de infraestrutura já causou um prejuízo de R$ 370 milhões no
setor de energia eólica. Os parques de aerogeradores contratados no Leilão de
Energia Reserva de 2009 que estão sendo inaugurados não podem produzir energia
por falta de linhas de transmissão. A Bahia entrou neste contexto na semana
passada, com a inauguração do parque Alto Sertão I, da Renova, em Caetité,
Igaporã e Guanambi. São 294 megawatts que só entrarão na rede do Organizador
Nacional do Sistema (ONS) no final do ano que vem, porque a Companhia Hidro
Elétrica do São Francisco (Chesf) não implantou mais de 100 quilômetros em
linhas de transmissão. O estado abriga 57 projetos de parques eólicos,
totalizando um investimento de R$ 6,5 bilhões. Se o processo não for agilizado,
a própria Chesf poderá ser atingida, pois implementa um complexo eólico em Casa
Nova. De acordo com um especialista no setor que pediu para não ser
identificado, dois fatores provocaram o problema baiano: a realização do leilão
da transmissão seis meses depois dos leilões para linha de geração e uma série
de procedimentos negligenciados pela companhia, que agora corre atrás do
prejuízo. Por Tribuna da Bahia.
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