Chega ao fim o impasse da carga de material radioativo transportada para Caetité-BA. Depois da resistência da população, que revelou a insatisfação da cidade com a mineração, a carga seguiu para as instalações das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), onde permanecerá lacrada. O risco de contaminação à população e ao meio ambiente e a possibilidade do uso da força policial impondo a qualquer custo o acesso das carretas na cidade motivaram a decisão de permitir a entrada do material radioativo.
O transporte dessa carga revelou por um lado a insatisfação da população com a exploração do urânio, e por outro, a postura do Estado frente à questão nuclear e a disposição de resolver o problema usando a força policial. Estavam em Caetité a Tropa de Choque, Companhia de Ações Especiais do Sudoeste e
Gerais - CAESG, Policia Federal, Policia Rodoviária Federal, Policia Militar, Marinha, e ainda agentes da Agencia Brasileira de Informação - ABIN disfarçados.
Embora a carga tenha conseguido chegar a seu destino, Caetité deixou lições de mobilização, organização e resistência:
•Houve um aprofundamento das discussões acerca do tema mineração;
• Participação da população no enfrentamento à entrada da carga na cidade;
•Mobilização de outros municípios, a exemplo de Guanambi e Lagoa Real;
•Comunhão das Igrejas católica e evangélicas em torno do tema;
•Possibilidade de continuidade das discussões/mobilizações.
Durante seis dias a população mostrou que tem força e certamente estão se organizando para lutar contra a exploração de urânio e a política nuclear do Estado. Anexo dois documentos que formalizaram a decisão de liberar a entrada da carga na cidade: Termo de Compromisso, Documento protocolado pela Comissão de Meio Ambiente de Caetité.